quarta-feira, 23 de agosto de 2017

[ENTREVISTA] JOSÉ ADEMIR

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Acompanhe essa entrevista ao som de uma das músicas preferidas do autor:


Olá pessoas, tudo bem com vocês?
Então, na entrevista de hoje o Book of Livros trás um escritor super gente boa, seu nome é José Ademir e ele é autor do livro O Clube das Crianças Sujas.


Confira a sinopse do livro no site da Editora Chiado.

1. Quem é você?

Professor e escritor de ficção científica e fantasia. 

2. Quando percebeu que a escrita fazia parte da sua vida?

Desde pequeno gostava de ler muitas histórias e imaginar mundos de fantasia.

3. Qual o primeiro livro que se lembra de ter lido?

"Por Trás do Nevoeiro", de "Stella Carr".

4. Como era a primeira história que você criou.

Um ataque de Lobisomem à cidade de um garotinho. 

5. Quais são suas inspirações?

Livros, filmes, séries de Tv, a infância e sobretudo a vida. 

6. Metas para o futuro?

Angariar sucesso como escritor. Ter meus livros publicados em todo o país e no mundo. 

7. Como você enxerga o quadro atual de literatura no Brasil.

Emergente, numa crescente e com grandes avanços na promoção e divulgação do conhecimento, sobretudo com a globalização.

8. Qual o seu livro nacional predileto?

Quincas Borba de Machado de Assis. 

9. O que gosta de fazer nas horas vagas.

Jogar futebol, passear, assistir filmes. 

10. O que você diria para uma pessoa que está começando agora?

Vá em frente, não desista, a persistência é o caminho do sucesso. 


Confira agora o primeiro capítulo de O Clube das Crianças Sujas:


CAPÍTULO UM

— Como Tudo Começou —
    
O mundo nunca mais foi o mesmo depois daquele fatídico verão. Bem, pelo menos o nosso mundo não foi o mesmo, após os eventos nada comuns daquela temporada no Condomínio Privê.
Lembro como se fosse ontem. Eu estava sentado sobre à carcaça de um carro velho, nas proximidades da chácara da Boa Esperança, quando apareceu o Pablo, munido de uma carteira de cigarros Derby.
Ele parou e disse:
— E aí, China?  Vamos fumar?
Olhei para ele com o canto do olho e disse:
— Cara... Se meus pais descobrem isso sou um homem morto.
Pablo riu.
— Mas você não é um homem. Você é um garoto!
Rimos em uníssono.
Eu particularmente, prefiro os cigarros da marca Hollywood. Mas, como não havia outro disponível no momento, o Derby tava de bom tamanho.
Ficamos ali parados, como dois lagartos preguiçosos, expostos ao sol.
Não demorou muito e o Marcos apareceu. Veio correndo ao nosso encontro, ostentando os seus grandes óculos de tartaruga, ofegando a plenos pulmões.
— E ai, China? Fumando de novo cara?     
O Pablo olhou com uma expressão rabugenta.
O Marcos comentou:
— Vocês estão sabendo da última?
— Que última?
— Ontem eu estive conversando com a velha da 13. Ela me contou um fato muito estranho...
— Verdade? O que foi que ela te contou?
— Disse ter visto uma coisa esquisita... Um tipo de luz fosforescente vinda do céu.
— Caramba! — exclamou Pablo.
— Deixa de Kaô. — falei. — A velha da treze não é macumbeira? Dizem que ela fez um pacto com o Diabo.
O Marcos deu de ombros.
— Quem disse isso? Ela é apenas uma mulher com poderes psíquicos.
— Ah, sei... — considerou o Pablo meneando a cabeça. — Uma velha com os poderes do demônio!
Por um instante pairou o silêncio entre nós.
Foi quando o Marcos continuou:
— É sério, caras! Acho que deveríamos observar o fenômeno. Ela disse que todas as noites, homenzinhos do espaço costumam visitar o Privê. Eles vêm espionar o nosso mundo.
O Pablo sorriu, irônico.
— Você deve tá brincando. Posso até ir com você Marcos. Se o China também for.
Bem, eu sempre soube que os pivetes do Privê eram meios malucos.
Na boa! Não havia nada de interessante para àquela noite. Apenas o culto das 7 horas na Igreja. — com uma sessão de tortura garantida. — "O Pastor Nicolas expulsando o demônio dos drogados. E um monte de obreiros enchendo os bolsos  com notas de 10, 20 e 50 R$".
No mais, não havia nada de interessante pra fazer.       
Eu sempre soube que o Marcos era excêntrico. — o "nerd" mais inventivo do grupo.
Também, sempre foi do meu conhecimento que o Pablo era um moleque pirado — um topa tudo —, que sempre fazia de tudo pra sair da zona de conforto.
O grande problema é que meus pais não gostavam que eu andasse com ele. Diziam que o Pablo não era uma boa companhia pra mim. Creio que eles tinham lá seus motivos. O moleque era um verdadeiro vagamundo, que não estava nem aí pros estudos. De um certo modo, eu gostava muito do Pablo e o considerava um amigo supimpa.
Talvez por ser um cara bastante tímido. O Pablo funcionava como uma válvula de escape para as coisas que eu não tinha coragem de fazer sozinho.
Eram 3h 45min da tarde.
Fui até a casa do Guilherme Piotto (o outro "nerd" do grupo) pra bater um papo de amigos.
O Gui estava deitado no sofá, esparramado sobre uma pilha de livros e gibis da "Marvel". O garoto lia os "Dossiês do Hitler". E logo, ele me falou sobre uma porção de coisas relacionadas ao "holocausto" e aos "fronts" de batalha. O guri explicou que a guerra é um empreendimento cruel, selvagem, capaz de destruir à vida de pessoas e dizimar o planeta.
Porém, eu também fui à casa do Gui por outro motivo. Eu não poderia deixar de falar sobre as coisas que o Marcos havia conversado momentos antes.
Ele ponderou:       
— Dizem que ela é uma bruxa... Uma velha macumbeira!
— É sim.
— E que é bem feia...
— É sim.    
— E que fez um pacto com o Diabo.
— É provável!
O Gui apanhou os óculos que estavam sobre o hack e os ajustou em volta de suas grandes orelhas pálidas. Em seguida comentou:
— Eu queria acreditar que toda essa história de seres do espaço é verdade.
— Eu também — ponderei. — E queria muito outra coisa também.
O Gui me olhou de esguelha, intrigado.
— O que?
— Eu, eu... queria ficar com a sua  irmã.
— Filho da mãe! — exclamou o garoto.
Nós caímos na gargalhada.
Éramos realmente estranhos.



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AS / Administrador & Editor

Mora em Pernambuco e sonha em conhecer o mundo, mas por enquanto viaja apenas em livros e séries.

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