Acompanhe essa entrevista ao
som de uma das músicas preferidas do autor:
Olá pessoas, tudo bem com
vocês?
Então, na entrevista de hoje
o Book of Livros trás um escritor super gente boa, seu nome é José Ademir e ele
é autor do livro O Clube das Crianças Sujas.
Confira a sinopse do livro no site da
Editora Chiado.
1.
Quem é você?
Professor e escritor de
ficção científica e fantasia.
2.
Quando percebeu que a escrita fazia parte da sua vida?
Desde pequeno gostava de ler
muitas histórias e imaginar mundos de fantasia.
3.
Qual o primeiro livro que se lembra de ter lido?
"Por Trás do
Nevoeiro", de "Stella Carr".
4.
Como era a primeira história que você criou.
Um ataque de Lobisomem à
cidade de um garotinho.
5.
Quais são suas inspirações?
Livros, filmes, séries de
Tv, a infância e sobretudo a vida.
6.
Metas para o futuro?
Angariar sucesso como
escritor. Ter meus livros publicados em todo o país e no mundo.
7. Como
você enxerga o quadro atual de literatura no Brasil.
Emergente, numa crescente e
com grandes avanços na promoção e divulgação do conhecimento, sobretudo com a
globalização.
8.
Qual o seu livro nacional predileto?
Quincas Borba de Machado de
Assis.
9.
O que gosta de fazer nas horas vagas.
Jogar futebol, passear,
assistir filmes.
10.
O que você diria para uma pessoa que está começando agora?
Vá em frente, não desista, a
persistência é o caminho do sucesso.
Confira agora o primeiro capítulo de O Clube das Crianças Sujas:
CAPÍTULO UM
—
Como Tudo Começou —
O mundo nunca mais foi o
mesmo depois daquele fatídico verão. Bem, pelo menos o nosso mundo não foi o
mesmo, após os eventos nada comuns daquela temporada no Condomínio Privê.
Lembro como se fosse ontem.
Eu estava sentado sobre à carcaça de um carro velho, nas proximidades da
chácara da Boa Esperança, quando apareceu o Pablo, munido de uma carteira de
cigarros Derby.
Ele parou e disse:
— E aí, China? Vamos fumar?
Olhei para ele com o canto
do olho e disse:
— Cara... Se meus pais
descobrem isso sou um homem morto.
Pablo riu.
— Mas você não é um homem.
Você é um garoto!
Rimos em uníssono.
Eu particularmente, prefiro
os cigarros da marca Hollywood. Mas, como não havia outro disponível no
momento, o Derby tava de bom tamanho.
Ficamos ali parados, como
dois lagartos preguiçosos, expostos ao sol.
Não demorou muito e o Marcos
apareceu. Veio correndo ao nosso encontro, ostentando os seus grandes óculos de
tartaruga, ofegando a plenos pulmões.
— E ai, China? Fumando de
novo cara?
O Pablo olhou com uma
expressão rabugenta.
O Marcos comentou:
— Vocês estão sabendo da
última?
— Que última?
— Ontem eu estive
conversando com a velha da 13. Ela me contou um fato muito estranho...
— Verdade? O que foi que ela
te contou?
— Disse ter visto uma coisa
esquisita... Um tipo de luz fosforescente vinda do céu.
— Caramba! — exclamou Pablo.
— Deixa de Kaô. — falei. — A
velha da treze não é macumbeira? Dizem que ela fez um pacto com o Diabo.
O Marcos deu de ombros.
— Quem disse isso? Ela é
apenas uma mulher com poderes psíquicos.
— Ah, sei... — considerou o
Pablo meneando a cabeça. — Uma velha com os poderes do demônio!
Por um instante pairou o silêncio
entre nós.
Foi quando o Marcos
continuou:
— É sério, caras! Acho que
deveríamos observar o fenômeno. Ela disse que todas as noites, homenzinhos do
espaço costumam visitar o Privê. Eles vêm espionar o nosso mundo.
O Pablo sorriu, irônico.
— Você deve tá brincando.
Posso até ir com você Marcos. Se o China também for.
Bem, eu sempre soube que os
pivetes do Privê eram meios malucos.
Na boa! Não havia nada de
interessante para àquela noite. Apenas
o culto das 7 horas na Igreja. — com uma sessão de tortura garantida. — "O
Pastor Nicolas expulsando o demônio dos drogados. E um monte de obreiros
enchendo os bolsos com notas de 10, 20 e
50 R$".
No mais, não havia nada de
interessante pra fazer.
Eu sempre soube que o Marcos
era excêntrico. — o "nerd" mais inventivo do grupo.
Também, sempre foi do meu
conhecimento que o Pablo era um moleque pirado — um topa tudo —, que sempre
fazia de tudo pra sair da zona de conforto.
O grande problema é que meus
pais não gostavam que eu andasse com ele. Diziam que o Pablo não era uma boa
companhia pra mim. Creio que eles tinham lá seus motivos. O moleque era um
verdadeiro vagamundo, que não estava nem aí pros estudos. De um certo modo, eu
gostava muito do Pablo e o considerava um amigo supimpa.
Talvez por ser um cara
bastante tímido. O Pablo funcionava como uma válvula de escape para as coisas
que eu não tinha coragem de fazer sozinho.
Eram 3h 45min da tarde.
Fui até a casa do Guilherme
Piotto (o outro "nerd" do grupo) pra bater um papo de amigos.
O Gui estava deitado no
sofá, esparramado sobre uma pilha de livros e gibis da "Marvel". O
garoto lia os "Dossiês do Hitler". E logo, ele me falou sobre uma
porção de coisas relacionadas ao "holocausto" e aos
"fronts" de batalha. O guri explicou que a guerra é um empreendimento
cruel, selvagem, capaz de destruir à vida de pessoas e dizimar o planeta.
Porém, eu também fui à casa
do Gui por outro motivo. Eu não poderia deixar de falar sobre as coisas que o
Marcos havia conversado momentos antes.
Ele ponderou:
— Dizem que ela é uma
bruxa... Uma velha macumbeira!
— É sim.
— E que é bem feia...
— É sim.
— E que fez um pacto com o
Diabo.
— É provável!
O Gui apanhou os óculos que
estavam sobre o hack e os ajustou em volta de suas grandes orelhas pálidas. Em
seguida comentou:
— Eu queria acreditar que
toda essa história de seres do espaço é verdade.
— Eu também — ponderei. — E
queria muito outra coisa também.
O Gui me olhou de esguelha,
intrigado.
— O que?
— Eu, eu... queria ficar com
a sua irmã.
— Filho da mãe! — exclamou o
garoto.
Nós caímos na gargalhada.
Éramos realmente estranhos.
Já pensou em ter uma almofada do seu livro preferido? Ou daquela série que você não perde um episódio? Então conheça a Pillows - Almofadas Personalizadas, uma loja do Book of Livros.
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